6.2.17

e regressam

e o vento e a chuva
vão e vêm
e regressam

Amehericaahaa Greeeeeat...

Os primeiros 150 anos da conquista do continente norte-americano foram uma história de bandidos bêbados e sem cultura (é este o ainda herói americano).
Em nenhum outro exemplo de colonização o invasor destruiu tanto a cultura local como nos EUA. Nem nas colónias europeias em África, nem nas espanholas na América do Sul nem Genghis Khan na China.
É certo que a História dos EUA refere apenas aquilo que aconteceu depois disso, os últimos 200 anos. Aqui, reconheço que o exemplo norte-americano não encontra paralelo mundial em termos de aplicação no terreno dos valores da democracia.
Mas também conta com capítulos tenebrosos; entre esses, tomemos em atenção aquele que se iniciou há apenas 50 anos. "America Great" é um lema que cresce desde essa época, desde que lideraram a entrada das tropas Aliadas em Berlim e detonaram a bomba nuclear.
Talvez possamos encontrar nesse slogan os gritos que os primeiros bandidos vociferaram enquanto dizimavam os índios norte-americanos.

o que fazer

Escrever sobre aquilo que deveria fazer
Escrever que deveria escrever sobre aquilo que deveria fazer
Escrever
Fazer
Está feito

sobre o corpo de cada um

A relação que temos com o nosso corpo (principalmente naquilo que se refere a actos mais extremos) é importante fonte de dados para leituras da personalidade.
Não faltam interpretações do suicídio, do narcisismo, da auto-flagelação ou do alcoolismo.
Gostaria de as estender aos actos de se ensaboar, de limpar o rabo ou de fazer a barba. Analisar ali os processos que se repetem e aqueles que se alteram. Se se repetem ou se se alteram. Se não se pensa nisso ou se seguem linhas e como se desenham essas linhas.
Certamente que as mesmas questões sobre a masturbação revelariam dados ainda mais pungentes; mas ainda falharia pela falta de sinceridade ou de abertura. Como não se trataria de uma análise estatística mas particular, teria de ser associada ao indivíduo em causa e, neste capítulo, ainda é uma manifestação proscrita.

para os humoristas

Há duas coisas que os humoristas deveriam dizer neste momento.
A primeira tem sido referida por alguns: ficaram sem trabalho pois a realidade ultrapassou a farsa.
Mas a segunda, bem mais profunda e pedagógica mas de efeito a médio/longo prazo, é que a sua busca de gargalhadas inconscientes levou a que loucos conscientes passassem por simples comediantes.
Pode brincar-se com coisas sérias: religião, política ou tradições. Não convém fazê-lo com loucos ou com diminuídos. Sejam eles loucos catalogados ou não, sejam eles fisicamente deficientes ou ignorantes.

ainda que isto configure um vazio para o humor latino e boçal e um ressurgimento do humor polaco e britânico

tolerância

uma lei (ou um estado de coisas) que obrigue à tolerância
só numa sociedade muito equilibrada terá consenso maioritário
senão irá funcionar como um escudo de intolerância
perante os verdadeiramente mais desfavorecidos

porque o problema não são os 500.000 green card holders barrados na fronteira dos EUA
(muito menos os 60 milhões que votaram em Trump)
são os 3 biliões que ficam à porta por desequilíbrio social global

é entre esses que florescem as mais perigosas reacções
diria agora compreensiveis

por isso tolerância é uma palavra pastel

populismo

Entrou recentemente no nosso vocabulário.
Parece referir que existe um grupo significativo de pessoas cujas opções políticas são tomadas de "ânimo leve".
Considera que esta postura é fomentada pela ignorância e pela falta de capacidades intelectuais.

boas notícias

- toda a escória está a saír dos buracos, como hienas. Quando Trump caír, caem todas com ele.
- da mesma forma, todos aqueles que antes eram passivos estão a acordar. Tão cedo, nenhum louco se poderá sequer aproximar de um lugar de responsabilidade.
- não julguemos que a maioria está nesta onda. As bandeiras do fim do TTIP ou das leis anti-aborto, são as mesmas que as de alguns ecologistas e "defensores da vida". Aprenderemos a reconhecer naqueles que tomam café ao nosso lado os fundamentalistas banais que um dia poderão ser eleitores inesperados.

18.6.16

meia pessoa

eu sou apenas meia pessoa
falta-me sempre uma qualquer outra metade

12.5.16

hoje, mais uma

hoje produzi mais uma invenção "moderna"
uma máquina que transforma pastilhas elásticas mastigadas em pastilhas elásticas novas

e regressam

e o vento e a chuva vão e vêm e regressam